Tudo se
transforma num
Movimento
O Rock
and Roll é
Movimento
A
pergunta é:
“O
que é que eu acho disto tudo?”
Mais é mais,
Penso
se vale sempre
A pena
Não
sei, mas sei
Processar
Sublime
desarranjo sobre nada
Breves
revoluções
O novo
mundo, vórtices
Alguém
pára a revolta
São
todos culpados
Engolidos
pelo mar
A
humanidade à espera
Nas
ruas
Vou
cantar, posso cantar
O “New
York” ou qualquer coisa
Uma
grande eloquente merda
Não o
faças, por favor!
Celebra!
Faz anos!
É
rolar, é rolar
Skate
park abaixo, skate park acima
A
poesia é um momento
Em que
o homem se esbate
Serve
para transformar a vida
Em
momento de nós próprios
Em
solução para nós próprios
Até
que surja
A
canção
O velho
toca a canção
"Que é
dos velhos e dos novos?"
Ah! Que
canção!
Ponto
de vista:
Paranóia
Não me
sai da boca este hálito a bagaço
Não
paro de tentar ter um discurso coerente sobre as coisas
De
tentar contentar-me com o meu registo
De me
tornar estéril
“Vocês
não se vão lembrar nunca desta parte da canção
Ela é
demasiado transparente
Os seus
versos brilham como topázios ao luar
As suas
notas encadeiam-se como o canto das sereias
E ao
mar alto ela vos condenará
Ao mar
azul onde vos perdereis todos”
"O chão que pisas, o ar que respiras
Uma
hipocrisia
Viver é
uma tarefa árdua
A
dignidade humana
Um
fardo
Vivemos
o oposto da vida
Uma
prisão de expressão
Respiramos acima da água
Para
voltar a submergir, condenados a não ver o sol
Mais que um pálido momento
Mais que um pálido momento
Um
pálido sol de inverno por cima das nossas cabeças coroadas
Reis do
reino da ilusão"
Fazes
uma estrelinha
E voas
lá por cima
É
grande, é complexa
A tua
simples flor
Ao
amanhecer
E nas
gotinhas de orvalho
Antecipas
um ciclo
É do
caralho
Em
todos os sentidos
É do
caralho
Para o
que tem de bom
E é do
caralho
Para o
que tem de mau
Um
equilíbrio, portanto
Debaixo
da ponte
Fazia
eco e estava muito escuro
E não
houve mais nada
E todos
nos tornámos
Umas
bestas
E todos
dançámos
Como
bestas
Médicos
e doentes
Coveiros
e defuntos
Mergulhámos
na terra
Escavámos
bem fundo
Rodeámo-nos
de gente
E
porfiámos nos mundos
Que o
tempo encerra
É como
estar em Berlim!
Outra
vez...
Nebulosa
translucida
Que me
ofusca
Um azul
mais frio
E mais triste
Uma
matiz suave
De
azuis
A cor é
essencial
Há uma
cor em cada música
E há a cor
mais especial, a que
Está
dentro de cada um de nós
Muito
frio
Muito
sério fico eu
Em face
da morte
O nada
é, pelo menos
Alguma
coisa
Quanto
a isso nada a dizer, amigo
Nada
contra
Nada,
nunca nada chega
Não te
contentas
Com um
aperto de mão?
Um
carinho, um beijinho
Uma
ilusão?
Tens de
ser tão, tão
Visceral
e toda feita
De
pulsão?
Tens de ser essa consciência
Do
outro, da sua essência?
E essa
seminal ideia
De
resistência?
Tens
que ter dentro de ti
Tanta
vida e tanta morte?
Tens de
ser assim tão forte?
Tem que
existir algo que se assemelhe
A uma
consciência do outro
Essa
hipótese indemonstrável
Tem de
ter um sentido maior
Desfeitos
todos os métodos
O actor
comunica, debate-se
Com a visão do outro em si
E
reconhece a sua essencial virtude
O que é muito bom
Já é
uma tradução
De uma
outra coisa
É
dentro da carne
Que se
a conhece
É lá
que vale a pena
Um
momento de paz
Só
para variar:
A banda
vai começar!
Um
trovão de homens, e de outros homens, e de outros trovões, e de
coisas feitas homens
Um
trovão de almas, de gestos, e de outras almas, e de carne feita
gestos
Um
sonho incrível, vivido acordado
Amor e
amizade, a redenção possível
Um
imenso obrigado
Pelo indizível.
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